A história da Jangada

Os primeiros registros dos barcos feitos na humanidade datam do período de 8.200 a 7.000 anos a.C., e tiveram uma função importante no comércio, agricultura, pesca e transporte pelos mares a pequenas distâncias. 

Foi na Índia que os portugueses descreveram pela primeira vez uma pequena embarcação chamada de jangá, changgh ou ainda xanga. Só então em 1500, ao chegarem na costa do Nordeste brasileiro, encontraram embarcações muito parecidas com as da Índia.

Quando as embarcações europeias chegavam ao litoral brasileiro, desembarcavam nas proximidades do sudeste, não só devido às condições de portos mais favoráveis, mas também para maior controle da coroa portuguesa sobre o tráfico de ouro em Minas Gerais. O nordeste brasileiro ficava despovoado e sem o controle da monarquia sobre as embarcações dessa região, devido também à correntes marítimas poderosíssimas, vindas da Guiana, e que impediam o desembarque.

 

E foi aproveitando essa situação, que os pescadores do litoral nordestino, principalmente dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará começam a realizar a pesca artesanal. Com essas embarcações de tronco, técnicas indígenas de cordoamento silvestre, e um estilo peculiar de vela triangular, que permitiu a navegação enfrentar os ventos fortes das correntes das Guianas, e fez com que os pescadores avançassem mais em alto mar, podendo desenvolver de melhor maneira a pesca artesanal. O objetivo era para o seu próprio sustento, lembrando que a região era desprovida de fontes econômicas, pois o interesse maior da Coroa Portuguesa estava no Sudeste.

Ao longo dos séculos, a jangada transformou-se no que conhecemos como jangada, um dos barcos mais bem adaptados da costa nordestina. Simples, sofisticado, veloz e eficiente. Isso se deve a uma série de interessantes avanços da ciência artesanal neolítica – que realizava experimentos diretos, nos materiais e a partir dos fenômenos presenciados, em “projetos de pesquisa” totalmente guardados na memória dos artesãos.

Em especial sua vela triangular envolve uma série de efeitos avançados, relacionados à dinâmica dos fluidos. Também conhecida como “vela latina”, ela permite navegar contra o vento, aproveitando a diferença de pressão do ar, que se forma entre sua “face externa” (aquela que se torna convexa pela pressão interna do vento) e sua “face interna” (aquela que se torna côncava, lado em que se posta o navegante).

E é por isso que hoje a jangada é mais do que uma embarcação de pesca artesanal, e sim é uma embarcação de passeio, usada em todo o litoral Nordestino, oferecendo experiências únicas e inesquecíveis. Em outras palavras, quem visita o Nordeste brasileiro e principalmente e não faz um passeio de Jangada, deixou passar uma oportunidade única de desfrutar do prazer dessa navegação.

A anos atrás, as jangadas com menos de 7 metros não precisavam ser fiscalizadas pela Marinha, eram consideradas embarcações pequenas que navegavam a curta distância, chamadas de catraia, ou paquetes. Com o crescimento do turismo na região e o surgimento do passeio de jangada, por questões de segurança no transporte dos passageiros, a Marinha do Brasil fiscaliza essas embarcações e seus respectivos condutores, que têm cursos específicos para transportar os turistas da maneira mais adequada.

Embarque em um passeio fascinante ao redor do majestoso Morro do Careca! Descubra a história única das jangadas de Ponta Negra enquanto desliza suavemente pelas águas tranquilas. Prepare-se para uma experiência inesquecível, onde cultura e a beleza se encontram no coração da principal praia de Ponta Negra.

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