As tartarugas marinhas são criaturas antigas, cuja origem vem do ambiente terrestre, ainda do supercontinente Pangea. Quem não conhece aquele ditado: “devagar e sempre”? Essa frase tem uma relação forte com nossas amigas de casco, inspirando resiliência e consistência. As tartarugas têm uma distribuição global e ocupam ecossistemas diversos, como os mares, rios, pântanos e regiões secas e áridas como na caatinga. Mas o que torna as tartarugas tão especiais? Vamos explorar algumas das curiosidades que envolvem essas criaturas e suas incríveis adaptações ao longo dos tempos.
Tartarugas marinhas X Tartarugas terrestres
As tartarugas terrestres e marinhas exibem adaptações notáveis que as ajudam a sobreviver em seus respectivos ambientes. Enquanto as tartarugas terrestres possuem cascos mais pesados e patas adaptadas para a locomoção em terra, as tartarugas marinhas têm nadadeiras que as tornam ágeis nadadoras. Elas também possuem glândulas especiais para excretar o excesso de sal do corpo devido à ingestão de água do mar. Além disso, o ciclo de reprodução das tartarugas marinhas inclui uma incrível jornada de migração entre as praias de nidificação e áreas de alimentação, às vezes percorrendo milhares de quilômetros.
Como ocorreram tais mudanças estruturais e fisiológicas tão específicas? O que tornou criaturas terrestres lentas em nadadoras eficientes, capazes de cruzar os mares? Vem comigo e mergulha nessa história!
A história das tartarugas marinhas
Vamos conhecer os acontecimentos em cada período histórico:
Primeiras tartarugas(220 milhões de anos) – Os Testudines se originaram de ancestrais terrestres e as primeiras tartarugas, com a forma que as conhecemos hoje, tinham hábito terrestre, semelhantes a grandes jabutis.
Domínio dos dinossauros (150 milhões de anos) – Desenvolvendo formas de vida variadas, os dinossauros dominaram a Terra. Nesse mesmo período, os atuais continentes se separaram e há cerca de 120 milhões de anos surgiram as primeiras tartarugas marinhas.
Extinção em massa dos dinossauros (65 milhões de anos) – Uma série de mudanças no clima do planeta provocou a extinção em massa dos dinossauros. Mas as tartarugas sobreviveram, diferenciando-se em várias espécies. Todas, porém, mantiveram sua característica principal: o casco protetor, formado pela fusão de costelas e vértebras e coberto por placas de queratina.
Idade da Pedra (2,5 milhões de anos) – Supõe-se que o homem se alimenta das tartarugas marinhas desde a Idade da Pedra, iniciada no chamado período Paleolítico Inferior, quando nossos ancestrais começaram a fabricar os primeiros utensílios.
Os Homens do Sambaqui (1,5 mil anos) – Sítios arqueológicos do litoral sudeste do Brasil apresentam vestígios de tartarugas marinhas utilizadas por humanos que habitaram a região cerca de mil anos antes da chegada dos colonizadores europeus. As tartarugas marinhas eram utilizadas como alimento e suas carapaças, por vezes, eram utilizadas em sepultamentos cobrindo corpos humanos demonstrando que as tartarugas já tinham grande importância e significado na vida destes povos.
Exploração comercial (séc. XV) – Com o desenvolvimento do mercantilismo, a relação homem-tartaruga passou a representar um risco para esses animais. Na América, a chegada dos colonizadores a transformou em valiosa mercadoria de comércio. Os próprios índios e caboclos as matavam e vendiam. Mantendo-as vivas nos porões dos navios, garantiam carne fresca durante as longas viagens transoceânicas. Na Europa, eram transformadas em pratos requintados, joias e outros ornamentos sofisticados.
Degradação dos habitats e incremento pesqueiro (séc. XX) – Além da caça, as tartarugas passaram a sofrer também com a perda de importantes áreas de alimentação e reprodução devido à ocupação desordenada do litoral e à poluição marinha. O incremento da pesca industrial também acelerou o processo de redução das populações. Assim, após milhões de anos habitando os oceanos, um curto período de apenas três ou quatro séculos de exploração comercial foi suficiente para que as tartarugas marinhas passassem a correr risco de desaparecer.
Espécies de tartarugas marinhas
Abaixo, estão listadas as sete espécies de tartarugas marinhas que podem ser encontradas no mundo:
- Tartaruga-verde (Chelonia mydas):
- Tamanho médio: 90-120 centímetros de comprimento
- Peso: 110-190 quilogramas..
- Região: Ocorrem em águas tropicais e subtropicais em todo o mundo. Inclusive, são encontradas no Alagamar, em Ponta Negra, Natal RN.
- Curiosidade: A cor verde da carapaça é devido à dieta rica em algas e vegetação marinha.
- Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata):
- Tamanho médio: 60-100 centímetros de comprimento
- Peso: 40-90 quilogramas.
- Região: Encontradas em águas tropicais e subtropicais, principalmente nos oceanos Atlântico e Índico. Inclusive, são encontradas no Alagamar, em Ponta Negra, Natal RN.
- Curiosidade: Possui uma carapaça com escamas que se assemelham a pentes.
- Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea):
- Tamanho médio: 180-210 centímetros de comprimento
- Peso: 600-900 quilogramas, mas podem chegar a mais de uma tonelada.
- Região: Oceano Atlântico, Pacífico e Índico, preferindo áreas de águas frias. Inclusive, são encontradas no Alagamar, em Ponta Negra, Natal RN.
- Curiosidade: É a maior das tartarugas marinhas e possui uma carapaça flexível, em vez de rígida.
- Tartaruga-de-kemps ridley (Lepidochelys kempii):
- Tamanho médio: 55-75 centímetros de comprimento
- Peso: 36-45 quilogramas.
- Região: Ocorre principalmente no Golfo do México e no Mar do Caribe.
- Curiosidade: É a espécie mais rara de tartaruga marinha e é conhecida por suas desovas em massa.
- Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta):
- Tamanho médio: 76-112 centímetros de comprimento
- Peso: 80-170 quilogramas.
- Região: Encontrada em oceanos temperados e tropicais em todo o mundo (inclusive no Alagamar, em Ponta Negra, Natal RN).
- Curiosidade: Possui uma cabeça grande e mandíbulas poderosas para se alimentar de presas como moluscos e crustáceos.
- Tartaruga-de-oliva (Lepidochelys olivacea):
- Tamanho médio: 55-75 centímetros de comprimento
- Peso: 35-50 quilogramas.
- Região: Ocorre em águas tropicais e subtropicais de todos os oceanos (inclusive no Alagamar, em Ponta Negra, Natal RN).
- Curiosidade: São conhecidas por suas desovas em massa, onde milhares de tartarugas desovam simultaneamente.
- Tartaruga-de-papua (Natator depressus):
- Tamanho médio: 70-90 centímetros de comprimento
- Peso: 70-100 quilogramas.
- Região: Encontrada nas águas costeiras do noroeste da Austrália e arredores.
- Curiosidade: É uma das tartarugas marinhas menos conhecidas e estudadas, devido à sua distribuição restrita.
A praia das tartarugas (Alagamar) em Ponta Negra
Em Ponta Negra, um dos lugares mais queridos da capital do Rio grande do Norte, fica localizada uma praia mais que especial: a Praia das Tartarugas. Nessa praia, também conhecida como Alagamar, acontece anualmente a desova de diversas espécies de tartarugas, momento crucial em seus ciclos de vida. Clica aqui e confira nossa postagem completa falando mais sobre esse lugar fascinante!
Amar e preservar
Preservar as tartarugas marinhas é essencial para manter o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Elas desempenham um papel crucial na manutenção da saúde dos recifes de coral, por exemplo, ao se alimentarem de algas que, se não controladas, podem sufocar os corais. Além disso, as tartarugas marinhas são espécies carismáticas que inspiram a admiração pela vida marinha e pelo nosso planeta.
Reduzir a poluição dos oceanos, proteger suas áreas de nidificação e promover práticas de pesca sustentável são algumas das maneiras pelas quais podemos contribuir para a conservação dessas criaturas extraordinárias. O projeto Tamar faz um trabalho importante de conservação das tartarugas, em ários locais do ório nacional.
Em resumo, ao explorar o mundo das tartarugas marinhas, somos lembrados da incrível diversidade da vida na Terra e da importância de proteger nosso precioso planeta e suas maravilhas naturais. Cada passo que damos em direção à conservação das tartarugas é um passo em direção a um oceano mais saudável e um mundo mais equilibrado.